OMS defende que pacientes internados por muito tempo adotem cuidados continuados após alta. Lar e Saúde conta com equipe multidisciplinar para atendimento
“Pelo que eu passei, os médicos diziam que eu não era nem para estar mais aqui”, explica Kaio Murilo Amansio do Amaral, de 30 anos. Acometido por uma das cepas mais agressivas da Covid-19, sua sobrevivência foi uma luta diária. “Eu era o pior paciente da UTI”, informa. Ao todo, foram 42 dias no hospital, sendo 23 intubado, inconsciente. Com lesão no pulmão e perda significativa de massa muscular, sua recuperação surpreendente, contou com atendimento domiciliar após a alta do hospital.
O coronavírus gerou uma lesão no pulmão de Kaio, e tanto tempo internado fez com que ele perdesse boa parte da musculatura. Mas por ter sido atleta – foi jogador de futebol profissional, encerrou a carreira precocemente aos 21 anos – a memória muscular era boa, e seus órgãos, sobretudo o rim, permaneceram funcionando durante a internação. Isso fez com que sua recuperação surpreendesse a equipe médica que o atendeu. Ainda assim, a alta só aconteceu com recomendação de home care.
Com a Lar e Saúde, empresa de atendimento domiciliar, Kaio fez sessões de fisioterapia respiratória e motora. Como o pulmão se recuperou mais rapidamente da lesão causada pela Covid-19, a fisioterapia respiratória foi breve, já a fisioterapia motora para a recuperação muscular se estendeu por mais tempo, entre os meses de maio e junho.
“O médico me disse que minha recuperação das sequelas era para acontecer mais para o fim do ano, início do próximo”, lembra. Consultor comercial, ele já está de volta ao trabalho, surpreendendo as expectativas de médicos, familiares e, claro, dele mesmo.
Atualmente, já recebeu alta do atendimento domiciliar e segue com trabalhos de reforço muscular em uma academia.
Reabilitação para casos mais graves
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pessoas que passaram longos períodos lutando contra a doença no hospital precisam de cuidados continuados por algum tempo. Segundo a OMS e o Observatório Europeu de Sistemas e Políticas de Saúde, as sequelas atingem uma a cada dez pessoas; em casos mais graves, sobe pra sete a cada dez pacientes hospitalizados pela Covid-19. Pesquisa da Universidade de Leicester, no Reino Unido, identificou pessoas que sofreram por mais de cinco meses após a alta. O estudo analisou cerca de mil pacientes que ficaram internados entre março e novembro de 2020.
“O tratamento em home care para casos graves, tem como foco a reabilitação do paciente”, aponta Raphael Argenta, gerente multidisciplinar da Lar e Saúde. “Ele varia de acordo com as sequelas deixadas pela doença e pelo grau de dependência do paciente. E aí, pode ser desde um atendimento pontual de terapias ao internamento domiciliar com enfermagem 24 horas e todo o suporte com um time multiprofissional”, informa.
Segundo Raphael, existem dois perfis de pacientes pós-Covid-19 identificados no atendimento domiciliar: casos graves e os leves e moderados. No primeiro caso estão os internados por um período mais longo, e podem apresentar maior limitação, com caso de polineuropatia, fraqueza, formigamento e dor causada pelo período sedado e a imobilidade no leito. Os submetidos a ventilação mecânica por muito tempo, com lesões pulmonares como a síndrome da angústia respiratória aguda (Sara) podem gerar maior dependência ao enfrentarem dificuldades para desenvolver atividades de rotina.
Em casos moderados e leves, o comum é que o paciente sinta uma fadiga crônica ou falta de ar (dispneia). Ações do dia a dia, como vestir-se, às vezes exigem auxílio. Em alguns casos, conta Raphael, a reabilitação completa pode levar até seis meses. Com uma equipe multidisciplinar, a fisioterapia entra com função de reabilitação cardiovascular, pulmonar e muscular.
A fonoaudiologia ajuda pacientes com dificuldade de deglutição, resultado de longos períodos de intubação ou traqueostomizados que se alimentaram por sondas. Já quadros de emagrecimento carecem de acompanhamento de nutricionista. Um profissional da psicologia é indicado quando há registro de estresse pós-traumático; no caso da Covid-19, o medo da doença, a necessidade de isolamento e as notícias, como o número de mortes registrados no país e em todo o mundo, podem contribuir para uma tensão que necessite de apoio.
Os cuidados são fundamentais pois até o momento, são mais de 536 mil mortes causadas pela Covid-19 no Brasil, com mais de 19 milhões de casos, e de 17 milhões de recuperados. Em todo o mundo, são mais de 4 milhões de óbitos.
Lar e Saúde
A Lar e Saúde presta serviços de Atenção Domiciliar em todo o Brasil desde 2002. Suas equipes são formadas por médicos generalistas e de diferentes especialidades, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, psicólogos e outros especialistas que o paciente necessitar, disponibilizando toda estrutura necessária para um tratamento personalizado e humanizado.