Interligação do transporte coletivo entre Itajaí e Balneário Camboriú está engavetada há três anos
O impacto da limitação das rotas de transporte intermunicipal em Itajaí, que vai atingir centenas passageiros, poderia ser minimizado com logística. No entanto, o projeto de integração do transporte público municipal de Itajaí e Balneário Camboriú, previsto em lei nas duas cidades, aguarda há três anos para ser implantado.
Em maio de 2014 o então prefeito de Itajaí, Jandir Bellini (PP), assinou junto com o ex-prefeito de Balneário Camboriú, Edson Piriquito (PMDB), uma lei que determinava a interligação entre os ônibus da Coletivo Itajaí e da Expressul, concessionária do transporte público em Balneário, através de um terminal que deveria ficar no limite entre as duas cidades.
A previsão era que a interligação funcionasse ainda em 2014, e as empresas chegaram a encomendar um software que permitia o compartilhamento de passagens. Mas, um ano depois, só o terreno havia sido escolhido, na Avenida do Estado próximo ao retorno para a Praia Brava.
De lá para cá a Coletivo Itajaí entrou em crise, operações de combate à corrupção fizeram um desmonte no primeiro escalão do governo em Itajaí, as prefeituras deixaram de lado o projeto e a proposta foi engavetada.
A lei entrou no rol das que não pegaram algo que, se a fiscalização fosse eficiente, poderia ter rendido até processos por improbidade administrativa contra os prefeitos.
Sem a interligação prevista em lei, e com as rotas da Praiana reduzidas a partir de setembro, quem se desloca entre Balneário Camboriú e Itajaí terá que pagar nada menos do que R$ 16 por dia se não quiser gastar a sola do sapato.
A tendência é que a novidade estimule os passageiros a buscarem outros meios de transporte, ao invés aderirem ao transporte municipal, como pretende a prefeitura. Em uma região tão conurbada, limitar as opções já escassas de transporte coletivo pode torná-lo inviável.