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Jean Wyllys diz que nem a Sagrada Família era tradicional: “Jesus não é filho de José”

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), um dos principais ativistas gays do país, deturpou a composição da chamada Sagrada Família para defender as uniões entre pessoas do mesmo sexo.

Em um seminário sobre gênero e diversidade na cidade de Recife (PE), Wyllys afirmou que nem a família de Maria, José e Jesus era tradicional, e que por isso, o projeto apelidado de Estatuto da Família – que delineia o conceito de família como as uniões entre mulher e homem e seus filhos – deverá ser reprovado no Congresso Nacional.

“Nem mesmo a Sagrada Família é uma família tradicional. Porque pelo que consta nas narrativas bíblicas, Maria concebeu do Espírito Santo. Jesus não é filho de José. Então já começa aí uma família não tradicional formada por uma mulher que engravidou do Espírito Santo e o filho foi criado por um homem que não era necessariamente pai dele. Então mesmo na narrativa bíblica esse projeto não encontra amparo. A diversidade de arranjos familiares já estava presente ali”, tagarelou o deputado.

Sua disposição à blasfêmia à respeito da família responsável por criar e educar o Filho de Deus não foi a única demonstração de ignorância teológica, e voltou a usar o argumento batido de que a homossexualidade só é reprovada na Bíblia Sagrada no Velho Testamento, e comparou os defensores do conceito de que o sexo entre duas pessoas do mesmo gênero é pecado a escravizadores.

“Não somos os mesmos de quando desenhávamos pinturas rupestres. Somos um conjunto de elementos, informações, somos absolutamente culturais. Os abraamicos usam os escritos para dizer que a homossexualidade é errada, mas lá também fala sobre escravizar pessoas e isso hoje é moralmente inconcebível para nós […] Por que você, heterossexual, se incomoda com quem eu quero me casar? Por que quer atacar meus direitos?”, disse Wyllys.

Nessa demonstração de falta de conhecimento teológico, ficou evidente que o deputado e ativista precisa ser apresentado aos escritos do apóstolo Paulo, homem com conhecimento plural da cultura de sua época, que condenou a prática homossexual em sua carta à igreja de Roma, capital de um dos impérios que mais celebravam a promiscuidade, prostituição e, consequentemente a homossexualidade.

“Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão”, alertou Paulo, há quase dois mil anos, em sua carta aos Romanos no capítulo 1, versos 26 e 27.

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