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MAIS SEGURANÇA NO RIO PRO: SURFISTAS GANHAM PASSARELA

Medida de segurança deixa competidores com acesso direto da área dos atletas até a água, onde jet ski os leva ao line-up. Janela da disputa fica aberta de 10 a 21 de Maio.

No ano passado, mais de 120 mil pessoas passaram pela praia da Barra da Tijuca para acompanhar os sete dias de disputa da etapa brasileira do Circuito Mundial. Só na final, com uma vitória espetacular de Filipe Toledo sobre o australiano Bede Durbidge, o público foi superior a 40 mil. Um recorde histórico no mundo do surfe. Após ficar fora das etapas de Bells Beach e Margaret River, na Austrália, para tratar uma lesão coxo-femural sofrida na Gold Coast, Filipinho volta a competir para defender a sua coroa, e a Liga Mundial de Surfe (WSL) espera outro evento memorável. Após três semanas de construção, a estrutura ganha forma no Postinho, palco principal do Rio Pro na Barra da Tijuca – a outra estrutura está sendo erguida na Praia de Grumari. Pela primeira vez, foi montada uma passarela que liga a área dos atletas até o mar como medida de segurança para proteger os surfistas. Após as escadas, eles terão um jet ski à sua espera para levá-los ao line-up da competição, com janela aberta de 10 a 21 de maio.

Vistorias etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (Foto: Carol Fontes)
Detalhe da passarela que irá ligar a área dos atletas ao mar na Barra da Tijuca (Foto: Carol Fontes)
Vistorias etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (Foto: Carol Fontes)
Após 3 semanas de construção, estrutura da etapa do Rio ganha forma na Barra da Tijuca (Foto: Carol Fontes)

Em uma vistoria realizada nesta quarta-feira, Xande Fontes, organizador da etapa brasileira, contou que a ideia da passarela irá servir não só para a segurança, mas ajudará os competidores a se concentrarem antes das baterias. Depois de brindar o público com um show de aéreos para conquistar a etapa do Rio, Filipinho teve dificuldade ao passar pela multidão de torcedores fanáticos e voltar ao palanque para as entrevistas e a cerimônia de premiação (vídeo acima).

Alguns tentavam lhe tirar a prancha, outros puxavam a sua lycra ou tentavam pegar o seu boné. Mas, neste ano, uma situação parecida não deverá se repetir, e os atletas terão mais tranquilidade na hora de entrar e sair da água. A escada os deixará a poucos passos do mar. Também será uma forma de aproximar o atleta de um maior número de pessoas, já que ele passará por cima do público em todo o trajeto até entrar nas baterias.

Um dos organizadores da etapa brasileira, Xande Fontes participou da vistoria no palco principal, na altura do Postinho, na Barra da Tijuca (Foto: Carol Fontes)
Um dos organizadores da etapa brasileira, Xande Fontes participou da vistoria no palco principal, na altura do Postinho, na Barra da Tijuca (Foto: Carol Fontes)

– A passarela foi pensada justamente em função do público do ano passado. Foi o maior público da história do surfe profissional. É uma medida de segurança. Primeiro, para o atleta ter a tranquilidade para entrar e sair da água, sem estar sendo tocado ou puxado… E o surfista precisa desse momento de concentração, principalmente, ao entrar na água. Quando sai, tem aquele assédio maior. Ele vai passar pela passarela e depois dá os autógrafos ali na cerca que divide a área do atleta e a do público em geral. A passarela existe no sentido de segurança e também um motivo para expor o atleta. Todo mundo vai estar ali vibrando e torcendo, sem ter aquele assédio de tocar e incomodá-lo em uma hora de concentração – contou Xande Fontes.

– No ano passado, na saída do Filipinho, nós tivemos um trabalho muito difícil. Mas não os fãs, e este é um diferencial do Brasil. Não existe uma torcida tão fanática como a brasileira no mundo, e isto é positivo, então, temos que trabalhar de uma forma mais segura. O atleta sai da área dos atletas, sobe na passarela e lá no fim já vai ter uma escada onde ele sai praticamente no mar. Talvez em função da maré ele tenha que caminhar um pouco mais. Mas o jet ski estará ali esperando na entrada para levá-lo ao outside – completou o organizador.

Embora seja lembrada pela multidão que coloriu as areias de Barra da Tijuca de verde e amarelo, a etapa brasileira recebeu muitas críticas quanto à poluição e à qualidade das ondas no Postinho. Alguns dias antes do campeonato, imagens mostrando uma imensa mancha marrom, questionando a limpeza da água, já evidenciavam o problema. Durante o campeonato, alguns surfistas sofreram enjoos e vômitos e indicaram a poluição como possível causa para o mal estar.

Se as condições não estiverem boas no Postinho, a disputa será realizada em Grumari, palco alternativo do Rio Pro. A estrutura começou a ser montada na última terça-feira na praia remota, situada em uma reserva ecológica, ao lado da Prainha, no Recreio dos Bandeirantes. Por estar localizada dentro de um parque, o evento será mais sustentável, adaptando a estrutura evitar qualquer dano ao ambiente e protegendo as restingas do local.

Vistorias etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (Foto: Carol Fontes)
Xande Fontes durante vistoria da Liga Mundial de Surfe no palco principal do Rio Pro (Foto: Carol Fontes)

Outra medida para preservar a reserva ambiental será o controle de acesso. A capacidade máxima para carros no estacionamento da praia é de 600 carros. Assim como no verão, a única via que leva à Prainha e Grumari são fechadas para veículos quando há lotação máxima. A organização da WSL irá oferecer transporte público e gratuito através de vans e micro-ônibus a partir do shopping Recreio, próximo à praia. A operação é semelhante a que ocorre em outros locais que recebem etapas do Circuito Mundial. Assim como Grumari, Bells Beach, na Austrália, Jeffreys Bay, na África do Sul, e Trestles, nos Estados Unidos, também ficam em reservas.

– Há todo um cuidado e tratamento especial para respeitar toda uma legislação de uma reserva ambiental. É um desafio realizar um evento com limitações, mas o público vai entender. Estamos tentando aumentar a qualidade técnica da competição. Tivemos no ano passado o problema da água no Postinho. Quando houver ondulação de sul, o evento acontece no Postinho. Se a ondulação for de leste e sudeste, transferimos para Grumari. Lá, além de atender a todas as limitações de executar um evento em uma área protegida, temos um limite de pessoas e carros. Se o estacionamento passar de 600 carros, teremos o mesmo esquema da “Operação Verão”. Fecha-se a cancela e só se passa a pé, de bicicleta, caminhando ou com a nossa opção de transporte. Criamos um ponto de encontro próximo ao BRT na altura do Shopping Recreio. É uma situação nova que vamos acompanhar de perto para entender exatamente qual é a limitação e melhorar o planejamento para os próximos anos – explicou Xande Fontes.

Mesmo quando a organização colocar a competição em Grumari, a estrutura do Postinho será mantida. Além das opções de entretenimento e interatividade com surfistas, a WSL irá transmitir as baterias em telões espalhados pelas areias da Barra da Tijuca.

Vistorias etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (Foto: Carol Fontes)
Vistorias etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (Foto: Carol Fontes)
Vistorias etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (Foto: Carol Fontes)
Estrutura no Postinho começou a ser montada há três semanas (Foto: Carol Fontes)
Vistorias etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (Foto: Carol Fontes)
Etapa do Rio receberá os melhores surfistas do mundo de 10 a 21 de maio (Foto: Carol Fontes)
Vistorias etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (Foto: Carol Fontes)
Após três semanas, estrutura ganha forma no Postinho, na Barra da Tijuca (Foto: Carol Fontes)
Vistorias etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (Foto: Carol Fontes)
Operários trabalham a todo vapor na montagem da estrutura (Foto: Carol Fontes)
Vistorias etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (Foto: Carol Fontes)
Uma das salas do palanque principal recebe os últimos ajustes antes do campeonato

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