Não esqueça de mim! Movimento Setembro Lilás lembra a importância de combater e conscientizar a respeito doença de Alzheimer
A maior causa conhecida da doença de Alzheimer, o envelhecimento, vem ganhando, a cada década, mais força. Atualmente, o envelhecimento da população brasileira e mundial é uma realidade. O Brasil tem umas das populações mais envelhecidas do planeta, com 23 milhões de pessoas acima dos 60 anos. Caso se mantenha essa média, daqui há 15 anos, serão mais de 32 milhões de idosos.
Todos os anos, no dia 21 de setembro, é celebrada a luta das famílias que cuidam de pessoas com a doença de Alzheimer na data intitulada como Dia Mundial do Alzheimer. Aliado a isso, o movimento Setembro Lilás lembra a importância de combater e conscientizar a respeito da doença.
De acordo com o médico especialista em geriatria e cardiologia e cooperado da Unimed Chapecó, Dr. Márcio Borges, os sintomas chaves da doença de Alzheimer são as falhas de memória, principalmente, os esquecimentos de fatos recentes; alterações de comportamento, que tumultuam a vida pessoal e familiar e as dificuldades crescentes para a manutenção da independência e autonomia da própria vida, desde lidar com compromissos financeiros, até manter o autocuidado, como higiene, banho e vestuário.
Além da idade avançada, outros fatores podem desencadear a doença: hereditariedade, traumatismo craniano, sexo feminino (as mulheres vivem mais que os homens), baixa escolaridade, doenças cardiológicas e metabólicas (hipertensão e diabetes). “As doenças neurológicas, principalmente, as degenerativas como Alzheimer e Parkinson, somente nas últimas duas décadas tiveram uma atenção maior dos cientistas e pesquisadores. Assim, não se sabe ainda, com certeza, as causas da doença de Alzheimer”, relata o especialista.
Segundo Dr. Márcio, há apenas as descobertas de Dr. Alois Alzheimer, quem primeiro descobriu e estudou esta doença em 1906, que até hoje é aceita pelos cientistas. O estudo afirma que a doença se caracteriza por proteínas cerebrais que são metabolizadas de forma anormal, a proteína beta-amilóide e a proteína tau. Estas anormalidades no cérebro, que resultam na doença de Alzheimer, geram uma grande atrofia cerebral, ou seja, o cérebro reduz de peso e de tamanho.
“Também, não se tem nenhum exame complementar que possa diagnosticar, fielmente e precocemente, esta enfermidade. Tomografia computadorizada, ressonância magnética, pet-scan ou cintilografia cerebral apenas ajudam a acompanhar o grau de deterioração da doença ou auxiliam na exclusão de outras enfermidades, que possam cursar como demência. O diagnóstico de certeza somente é dado pela biópsia do tecido cerebral, que em vida não é feito. Ou pela necropsia, que também não é realizado no Brasil, rotineiramente”, destaca.
A divisão do quadro clínico em três fases ajuda a entender, segundo o médico, o curso da doença, que pode durar de três a vinte anos: fase inicial, fase intermediária e fase avançada. Conforme Dr. Márcio, todos os medicamentos aprovados pelos órgãos responsáveis para a doença de Alzheimer atuam na esfera dos sintomas, ou seja, não curam e não estacionam o curso desta doença.
Finalmente, o médico afirma que é muito grande a esperança dos pesquisadores, cientistas e profissionais de saúde em relação à tratamentos para a doença de Alzheimer e que, atualmente, é uma das doenças mais pesquisadas em todo o mundo. “Aguardamos para as próximas duas décadas um grande avanço na descoberta de suas causas, de diagnósticos mais precoces e confiáveis e, como já dito, de tratamentos não somente sintomáticos, como são hoje, mas eficazes e até curativos para a doença de Alzheimer”, conclui.
10 SINTOMAS DA DOENÇA DE ALZHEIMER
- Perda de memória de curto prazo (exemplo: o que ocorreu ontem, o que aconteceu há uma hora atrás);
- Dificuldade em desempenhar tarefas habituais, tais como cozinhar, dirigir e sacar dinheiro em caixa eletrônico;
- Problemas em encontrar palavras para se expressar;
- Incapacidade para julgar situações cotidianas;
- Dificuldades para executar tarefas intelectuais, como fazer contas, ler livros e participar de jogos;
- Desorientação no tempo (que dia é hoje?) e no espaço (onde estamos agora?);
- Colocar objetos fora do lugar (como guardar alimentos no guarda-roupas, sapatos na geladeira);
- Alterações repentinas de humor e de comportamento;
- Alterações de personalidade (pessoa muito extrovertida tornar-se reservada e quieta);
- Apatia e perda de iniciativa em tomar decisões, às vezes as mais simples.
SOBRE CUIDAR
CARTA DE PAULO AOS CORÍNTIOS
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos
e não tivesse o DOM DE CUIDAR
seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom da profecia
e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência,
e ainda que tivesse toda a fé,
de maneira tal que transportasse os montes,
e não tivesse o DOM DE CUIDAR, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres,
e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado,
se não tivesse o DOM DE CUIDAR,
nada disso me aproveitaria.
O cuidado é paciente, é benigno; o cuidado não é invejoso, não trata com leviandade,
não se ensoberbece, não se porta com indecência,
não busca os seus interesses, não se irrita,
não suspeita mal, não folga com a injustiça,
mas folga com a verdade.
Cuidar tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
Cuidar nunca falha.
Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão;
havendo ciência, desaparecerá;
porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos;
mas quando vier o que é perfeito,
então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino,
sentia como menino, discorria como menino,
mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma,
mas então veremos face a face;
agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé,
a esperança e o cuidar com amor, estes três;
mas o maior destes é cuidar com amor!
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Adaptação, pelo médico geriatra Dr. Márcio Borges, da Primeira Carta de Paulo ao Coríntios, Cap. 13.