Nos últimos anos, Goiás, Rondônia e Sergipe foram os Estados que apresentaram crescimento expressivo no número desses sinistros
Nos meses de verão cresce o número de ciclistas nas ruas e também nas rodovias, com aventureiros encarando longas distâncias para passear e aproveitar as férias e o calor. Ao dividir o percurso com condutores motorizados, todos precisam aumentar ainda mais atenção, os cuidados e a gentileza para evitar acidentes.
A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) fez uma análise comparando os cinco primeiros meses de 2019 com o mesmo período de 2021, analisando os sinistros envolvendo ciclistas. Ficou comprovado que o mês de janeiro é o de maior incidência de acidentes graves. Em janeiro de 2019 foram registradas 1.100 intercorrências graves com ciclistas, contra 1451 no mesmo mês de 2021. Além disso, os dados do período completo mostram uma oscilação leve nas ocorrências, que mantiveram média de registro de 1.185 casos mensais nos últimos anos.
No estudo também foi avaliado o perfil dos ciclistas envolvidos em acidentes graves: cerca de 80% eram homens e a faixa etária predominante está entre 20 e 59 anos – que corresponde a 60% dos casos.
Estados com crescimento expressivo
Em 2021, segundo o Infosiga, o Estado de São Paulo registrou um aumento de 9% nas fatalidades envolvendo bicicletas. Já a pesquisa da Abramet mostra que Goiás tem maior índice de crescimento, com aumento de 240% em relação a 2020. Além disso, outros dois estados apresentaram crescimento de 100%: Rondônia (113%) e Sergipe. Entre as capitais, a liderança está com Belo Horizonte, Goiânia e Fortaleza.
Prevenção e segurança
Durante o Verão Paraná – Viva a Vida, o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran/PR) fará, semanalmente, campanhas educativas voltadas ao ciclista no Litoral. Entre as orientações está sempre transitar na ciclovia, com total atenção aos pedestres, mas que, caso utilize as ruas, manter distância segura de no mínimo 1,5 metro dos veículos maiores. Além disso, o ciclista deve ficar sempre ao lado direito da via, na mesma direção dos carros, pois se houver uma colisão entre ambos, o impacto será menor. “Se o ciclista anda na contramão dos veículos, e acontece um acidente, as velocidades do veículo e da bicicleta se somam e o impacto pode ser mais nocivo”, explica o coordenador da ação, Michael Bogo. Seguindo o lema desta temporada de verão “Viva a Vida”, a bicicleta é um dos meios de transporte que mais traz benefícios para quem as usa.
“Além da economia e da sustentabilidade, as bicicletas são a base de uma rotina saudável, que proporciona mobilidade e exercício físico ao mesmo tempo. Mas há riscos, por isso lembramos que no trânsito a responsabilidade é de todos”, conclui.
Conforme disposto no artigo 29, §2º, do Código de Trânsito Brasileiro, a prioridade no tráfego é sempre para o mais vulnerável, ou seja, o ciclista e o pedestre têm prioridade em relação à motocicleta e ao carro, independente de ser uma zona calma ou não. “Reduzir a velocidade dos carros pode ajudar a tornar a convivência com pedestres e ciclistas mais segura e incentivá-los a se deslocarem em qualquer época do ano”, afirma Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons.