Anotei e vou expor alguns pitacos dispersos sobre o que vi no debate da RIC Record deste sábado, entre os candidatos a prefeito de BC.
Sei lá. Do alto da minha suprema ignorância, acho o formato desses debates muito ruim, que me desculpem os produtores. Preferiria que os temas fossem escolhidos e os candidatos respondessem um a um, mediante sorteio, o que se propõe a fazer na respectiva área do tema. E escolher temas com grandiosidade. Por exemplo: integração das cidades na prestação de serviços ao cidadão. Transporte, saneamento, saúde, educação, mobilidade. O espírito do debate é ouvir o que o candidato pretende fazer como governante e não saber o que não fez.
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Algo real com que todos os candidatos concordam é bom: a integração entre as cidades regionais. Até hoje falta isso nos transportes urbanos, nas políticas de turismo, segurança, saneamento e meio-ambiente, saúde e educação. Que bom se todos levem a sério e, quando um dos nomes subir ao poder, realize ou pelo menos comece e não pare.
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Definam pra mim, por favor, o que é “nova ideia” num projeto de governo de nossa cidade? É algo que eu não conheço e não vi?
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Não importa o município ou o munícipe que esteja lendo isso, mas vejam: se os prefeitos forem candidatos à reeleição ou tenham seus candidatos; ou se candidatos hoje já ocuparam outros cargos, peçam-lhes para anotar cinco grandes obras ou serviços criados por eles no seu tempo, tirante as obras e serviços inapeláveis, como educação e saúde, que possuem recursos federais e orçamentos carimbados, obrigatórios.
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Fabrício propõe Conselho de Gestão Pública, órgão que seria consultivo na nomeação dos secretários e comissionados do governo. Linda proposta. Irrealizável. Duvido e faço pouco disso daí. Quero ver suportar a pressão dos aliados para nomear este ou aquele. Sem ficar isolado até de votos na Câmara e apoio público. Duvi-de-o-dó.
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Fabrício pergunta sobre custo de pavimentação. Aí foi: Jade fala sobre a cobrança da contribuição de melhoria nos tempos dos governos passados, dos quais ele e Pavan fizeram parte ativa, e comparou com o governo atual, que jamais cobrou de ninguém. E isto é apenas verdade.
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Pavan reconhece o mérito de criação da Guarda Municipal Armada, ao responder sobre segurança. Nem poderia ser diferente. O que é, é.
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Diga lá você, em tempo curto, quais as obras ou serviços produzidos em favor de Balneário Camboriú por ação própria e direta do ex-vice e governador Leonel Pavan. Fiz a pergunta e, daqui em diante, alguns considerandos a respeito.
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(Neste ponto acendeu o papo, com uma amostra dum relatório apresentado em 2010 por Pavan, publicado num jornal local e contendo recursos pretensamente liberados por ele para a cidade de Balneário Camboriú. E daí – segue adiante):
A relação está desfigurada por alguns elementos – o primeiro um anunciado dinheiro para o Hospital Ruth Cardoso (R$ 14 milhões). Nunca chegou.
O segundo, uma verba para a fiação subterrânea da Avenida Brasil. Cadê?
Terceiro, as anunciadas verbas para construção do Centro de Eventos que ele teria feito. Bem, aqui a gente sabe que jamais houve. Isso só aconteceu muito depois, quase agora, no governo Colombo. E muitos dos recursos são federais e municipais.
Finalmente, considerou obra sua para a cidade o Complexo Penitenciário da Canhanduba. No máximo ele assinou a Ordem de Serviço da obra, na qualidade de vice-governador. E a obra começou quatro anos depois, inaugurada sem o sistema de esgoto.
Depois, ouvindo-o falando sobre segurança, lembrei de que, entre 2003, início do governo do LHS e depois o dele e do LHS, mais tarde o dele mesmo e agora o de Colombo, perdemos mais de 50% do nosso efetivo policial militar. Em 2003 tínhamos 250 PMs no nosso efetivo e hoje temos 126 e caindo.
Para reforçar, entre 2009 e 2010, período de efetivo governo de Pavan, a cidade perdeu 24 policiais, não repostos nunca. Em um ano, 24 PMs foram embora daqui. Por uma coincidência danada, no mesmo período, Camboriú ganhou 10 policiais e Navegantes 17. Governos do PSDB. Foram os únicos a ganhar. Todos os demais municípios perderam efetivo. E muito efetivo.
Acho que precisam ser mais elucidativos no que dizem. Uma pesquisa superficial desmente tudo. Mamãe dizia: o papel aceita tudo. A Internet não, diria eu, no modernismo dos meus tempos.
aderbalmachado.com.br