Vinte e duas instituições públicas e civis estão elaborando um plano de atendimento a animais marinhos para o Litoral do Paraná.
O trabalho é coordenado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, com participação do Centro de Estudos do Mar (CEM), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e apoio do Ministério Público.
Em menos de um ano, o projeto Monitoramento de Praia, desenvolvido pelo CEM em 100 quilômetros da costa paranaense, recolheu 1.184 animais, vivos ou mortos, como tartarugas, golfinhos, mamíferos e aves. Neste conjunto estão espécies ameaçadas de extinção, raras e também migratórias, que passam pelo Litoral ou usam os recursos naturais disponíveis para reprodução e sobrevivência.
De acordo com a coordenadora do projeto e do Laboratório de Ecologia e Conservação do CEM, Camila Domit, 80% das tartarugas marinhas recolhidas mortas tinham ingerido algum tipo de lixo. “É uma situação muito grave que precisa ser conhecida e estudada para oferecermos alguma chance de sobrevivência a estes animais e aos ambientes”, disse a pesquisadora.
Os dados foram apresentados por Camila nesta terça-feira (19), em Curitiba, que esteve na sede da Secretaria do Meio Ambiente junto com outros técnicos das instituições envolvidas no Plano.
O plano de atendimento servirá para estabelecer de forma clara o papel de cada instituição, dar segurança institucional ao trabalho dos pesquisadores e, também, prever ações de educação ambiental e de informação para as comunidades. “Trabalhar com animais silvestres implica em obedecer regras e legislações federal e estadual. Reunir e integrar essa legislação e até criar normas que faltam também faz parte do plano”, disse a bióloga da Coordenadoria de Biodiversidade e Floresta da Secretaria do Meio Ambiente, Fernanda Braga.
Além do Centro de Estudos do Mar, do Ministério Público e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, o plano envolve a Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros, Instituto Ambiental do Paraná, Ibama, prefeituras do Litoral, Administração dos Portos do Paraná, Marinha do Brasil, PUCPR, MarBrasil, Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Conselho Regional de Biologia do Paraná, Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná, Alpina Briggs, Clínica Vida Livre, Funespar, I Instituto Federal do Paraná (FPR-Paranaguá), Instituto Brasileiro de Advocacia Pública (Ibap) e Associação dos Professores de Direito Ambiental do Brasil (Aprobad).
MONITORAMENTO – O projeto Monitoramento de Praia, que no Paraná foi a única condição imposta à Petrobras para a exploração das áreas de pré-sal, é feito desde agosto do ano passado. Diariamente, as equipes passam em todas as praias de Guaratuba, Matinhos e Ponta do Paraná.
Fonte: Sema
Foto: Arquivo Correio do Litoral