Prefeitura de Florianópolis acata decisão do Estado e vai liberar shoppings e academias.
Prefeito da Capital disse que ir contra as liberações autorizadas na segunda-feira pelo governo do Estado seria “uma batalha perdida”
Templos religiosos poderão receber fiéis a partir de terça (21), ao passo que shoppings, academias e afins podem abrir a partir de quarta (22); revogação pode ocorrer dependendo da oscilação dos casos.
Em coletiva transmitida nesta segunda (20), o Governador Carlos Moisés (PSL) anunciou que a retomada de igrejas e templos religiosos foi regulamentada neta segunda-feira, e valerá a partir de amanhã, dia 21. Já a retomada de academias, shoppings, restaurantes e centros comerciais ocorrerá a partir de quarta-feira (22), mas ainda não tem regulamentações.
Tanto Moisés quanto o Helton Zeferino, secretário de estado da saúde, afirmaram que essa liberação pode ser revertida caso o quadro mude e os casos voltem a crescer. Os casos confirmados no estado são 1063, distribuídos em 100 municípios, ao passo que os óbitos seguem estagnados em 35, distribuídos em 22 municípios.
Zeferino afirma que haverá normativas específicas para a abertura desses exercícios. As igrejas e templos terão distanciamento mínimo e outras medidas de segurança.
Segundo o secretário, às igrejas, se aplicam as normativas que já vinham sendo orientadas pelas portarias do governo estadual, como higienização e utilização de máscaras.
Parques e praias também serão regulamentados para liberação em breve, mas sem aglomeração de pessoas, com detalhes à definir nas próximas medidas governamentais.
Moisés pontuou que, com essas medidas, os municípios que queiram, podem tomar medidas mais restritivas, caso a situação tenha agravantes, tendo respaldo e apoio do governo estadual para tal atitude.
Ao ser indagado, Moisés afirmou categoricamente que, no momento, não há nenhuma previsão para a retomada do transporte público e nem das aulas presenciais.
Moisés afirmou que ouviu todos os setores, e “discutiu intensamente” as propostas de regulamentação no fim de semana. Segundo o governador, as atividades físicas são importantes “inclusive para nos afastar do grupo de risco”.
Segundo Zeferino, foram feitos estudos com um grupo voluntário de infectologistas e cientistas de dados, modulando as estatísticas do estado para um estudo do Imperial College, de Londres. Assim, segundo o secretário, foi tomada a decisão de iniciar a flexibilização.
Atualmente, são 103 pacientes em UTI, dos quais 53 são confirmados e 50 são suspeitos. Destes, 69 estão na rede pública e 34 na privada. Assim, 18,11% dos leitos de UTI de da Covid-19 do estado estão ocupados.
“Nossos números continuam estáveis dentro de uma linha de projeção esperada. Isso também nos dá essa segurança de fazer esse movimento de flexibilização. Vai aumentar o número de casos? Vai. É um processo natural, a transmissão comunitária do vírus? É”, pontua Moisés.
Por outro lado, Moisés também pontuou que há estimativa de um número maior de casos do que os confirmados. “Temos uma população infectada muito superior a essa que nós temos testada. 13 vezes mais (…) tudo isso baseado em prognóstico e indicadores.”
“Então a gente tem que fazer isso de uma forma que o estado consiga dar a sua resposta, que é socorrer aqueles que eventualmente precisem, de um leito hospitalar, de um atendimento especial, e é nisso que a gente tá trabalhando”, acrescenta.
As normativas mais específicas serão atualizadas nos próximos dias, mas segundo o governador, as que estão firmadas devem ser interpretadas, pois serão devidamente fiscalizadas.
Ademais, afirma que tem “certeza que as igrejas estão interessadas em cumprir as normas”. Helton afirmou que será orientada uma limpeza com frequência em templos e afins, contudo, não necessariamente a cada culto.
Também na coletiva, Moisés notificou a doação de 650 kits de coronavírus por parte da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), e de mais 650 kits por parte do Rotary Club. Além disso, a Supera Acrílicos, de Joinville, doou 50 máscaras faceshield.
Auxílio da União
Durante a coletiva, também foi abordado o auxílio do Governo Federal, já em pauta há algumas semanas. O governador destaca que a União tem “condição efetiva” de apoiar os estados e municípios financeiramente.
Isso, em se tratando de auxílios para a população mais vulnerável socialmente, além das linhas de crédito, citando que para abertura das mesmas há requisição da rubrica do Governo Federal.