Manter um carro exige muito mais do que apenas pagar pelo seu valor de aquisição, visto que impostos, seguro, manutenção, combustível e outros custos fixos podem pesar no bolso ao longo do tempo
Ao decidir comprar um carro, a maioria das pessoas considera somente o valor de aquisição do veículo, desconsiderando os custos extras que surgem ao longo do tempo. No entanto, além do valor inicial, há uma série de despesas que precisam ser colocadas no papel para, de fato, ilustrar quanto realmente custa manter um carro.
Documentação, impostos e seguro
Inicialmente, é importante destacar que, no momento que se adquire um automóvel, existem impostos e taxas que devem ser pagos anualmente para mantê-lo legalizado e em circulação. Pode-se dizer que, entre os principais, encontra-se o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), podendo variar conforme o valor do carro e o estado de registro. A alíquota pode ser entre 1% e 4% do valor venal do automóvel.
Outro custo é o licenciamento, uma taxa obrigatória para autorizar a circulação do veículo, no qual o valor é fixo e varia conforme a localidade. Existe, também, o seguro DPVAT, um custo obrigatório que cobre danos pessoais causados por acidentes de trânsito, geralmente com um valor acessível. Além dessas taxas e impostos, o seguro do carro é um custo essencial para proteger o investimento.
O valor do seguro pode variar conforme o modelo do veículo, o perfil do motorista, a região na qual o carro circula e as coberturas contratadas, que podem incluir roubo, colisão, perda total e assistência 24 horas. Em média, o seguro pode representar entre 5% e 10% do valor do carro por ano.
Manutenções, revisões e gastos fixos
Em síntese, todos os carros precisam de manutenção regular para garantir seu bom funcionamento e segurança. Essas manutenções incluem revisões periódicas, recomendadas pelas montadoras a cada 10.000 km ou uma vez por ano, dependendo do modelo do veículo. A troca de óleo e filtros, por exemplo, deve ser feita entre 5.000 km e 10.000 km, conforme o uso do veículo.
No que tange os pneus, a durabilidade média é de 40.000 a 60.000 km. Nesse sentido, precisam ser substituídos quando desgastados, o que pode gerar um custo significativo. Além disso, existem outros itens, como freios, suspensão e correias, que também precisam de manutenção ou substituição, dependendo do caso.
Esse conjunto de cuidados preventivos pode acumular um valor expressivo ao longo do ano, sendo que uma revisão básica pode custar entre R$ 300 e R$ 1.000, dependendo do modelo do veículo e dos serviços realizados.
Todavia, para além dessas questões atreladas a revisão e manutenção, existem os gastos fixos, que incluem combustível, pedágios e estacionamentos, especialmente para aqueles que vivem nos grandes centros urbanos. O combustível, em particular, é um dos maiores custos para quem utiliza o veículo regularmente.
Por exemplo, considerando um carro com tanque de 50 litros, que roda em média 10 km/l com gasolina, e o preço de combustíveis em torno de R$ 6,50 por litro, o cálculo seria o seguinte: se o tanque for abastecido completamente, o custo seria 50 litros x R$ 6,50 = R$ 325 por tanque cheio.
No entanto, se o motorista percorre 1.000 km por mês, ele consumiria aproximadamente 100 litros de gasolina, gerando um custo de R$ 650 com combustível mensalmente. Nessa perspectiva, é importante ressaltar que veículos mais econômicos ou que utilizam etanol, cujo preço é geralmente mais baixo, podem ter um impacto menor no orçamento, mas o combustível ainda representa uma despesa significativa.
No fim, manter um carro exige muito mais do que apenas pagar pelo seu valor de aquisição. Por esse motivo, é preciso, antes de adquirir um veículo, pensar nesses cálculos para evitar problemas futuros.
Créditos: Marko Nikolic / iStock