Rock na Praça conquista o público no fim de semana, em Brusque
O novo formato do Rock na Praça agradou as 16 bandas e público que participaram do evento durante o fim de semana, no Pavilhão de Eventos Maria Celina Vidotto Imhof. A 17ª edição do festival teve como primeira experiência a mudança de local, transferindo da praça para o piso superior do pavilhão. Outra novidade foi a realização em dois dias, oportunizando que mais grupos musicais se apresentassem.
O evento gratuito ainda contou com a exposição de carros antigos, festival de Food Trucks e a feira do Rock e de Artesanato. Como diferencial, as 16 bandas que se apresentaram receberão, como prêmio de participação, o material de áudio e vídeo contendo todos os registros do evento.
“Essa é uma maneira de ajudar as pequenas bandas que estão começando agora no mercado musical a apresentar seu trabalho para as casas de shows”, explica o coordenador da Fundação Cultural, Marcos Fumagalli.
Para ele, a transferência do local do evento foi bastante positiva, pois assim conseguiu atrair mais público para o evento, especialmente com as demais atrações, como os food trucks. “O sábado foi o auge, onde tivemos entre 1,3 mil a 1,5 mil pessoas circulando pelo pavilhão. O domingo já foi menos até mesmo devido ao mau tempo”, revela.
Entretanto, nem mesmo a chuva atrapalhou o evento. Fumagalli ressalta que realizar o festival no pavilhão tem mais essa vantagem. “Se o evento estivesse ocorrendo na praça, teríamos que ter cancelado hoje devido a chuva”.
Com apenas oito meses de formação, a banda Tributo’s subiu a um palco pela primeira vez no Rock da Praça. O baterista Julio Cesar Pestile, 40 anos, conta que o repertório da banda é um pouco diferenciado das demais que participaram do evento, pois tocam apenas Pop Rock Nacional.
Era pouco mais das 19h quando a banda iniciou o show, que para Pestile, foi bastante legal e animador. “É bem interessante e foi a primeira vez que tocamos para o público”, diz.
Para ele, a iniciativa da prefeitura em realizar o evento é muito bacana pois, assim como a Tributo’s, oportuniza novas formações a se apresentarem e a ganharem o público. “O importante é não deixar que esse evento morra, pois pelo que estamos vendo aqui tem muita juventude que curte esse tipo de som”, avalia.
A banda Raging War existe desde 2005, quando iniciou com outro nome. Com um misto de integrantes de Brusque, Guabiruba e Florianópolis, foi a primeira vez que o grupo se apresentou no Rock na Praça. No município, a banda havia participado apenas uma vez de um ensaio de bandas no Rock Bar. “Estamos sempre buscando oportunidade de espalhar nosso som, temos muitas músicas autorais”, comenta o vocalista Rudi Vetter, 34, morador de Brusque.
Ele conta que a intenção da banda é até fim do ano gravar o primeiro CD e, para isso, já iniciaram as gravações e mixagens. “É bastante trabalhoso e demoramos até conseguirmos, pela questão financeira. E avaliamos como positivo o que a Fundação Cultural está proporcionando às bandas, com o material de áudio e vídeo, pois com certeza é um grande passo para muitos de nós”.
Mudança criticada
O integrante das bandas Morenas Azuis e Etílicos e Sedentos, Lucas Fischer, 27, participa do Rock na Praça desde os 15 anos. Na opinião dele, levar o evento para o pavilhão fez com que perdesse a essência inicial. “Rock na Praça tem que ser na praça, pois assim perde a identidade. Acontecer na praça tem todo um diferencial, pois permite que as pessoas se reúnam em grupos, levem seu isopor e curtam o som”, comenta.
Neste ano, as bandas das quais integra optou por não participarem do evento, tanto pelo fato de não concordarem com o novo formato e também para dar a chance de novas bandas se apresentarem. “Mesmo assim, não deixei de prestigiar, inclusive vim os dois dias, até porque eu gosto bastante desse som”, diz.
Apesar de ir contra a mudança do local, Fischer se surpreendeu com a edição do evento. “Foi muito legal, até porque teve a feirinha, os food trucks. Superou as expectativas e não perdeu para as outras edições, até ajudou por ser dentro do pavilhão”.
Novidades para 2018
Para o próximo ano, Fumagalli revela que já tem ideias surgindo para melhorar ainda mais o evento. Um dos pontos negativos da edição foi a acústica do pavilhão, mas que para o próximo ano deverá ter novidades.
O coordenador da Fundação Cultural informa que há a possibilidade da próxima edição ser aberta para bandas da região. “Hoje o edital pede que pelo menos um dos integrantes seja morador de Brusque há pelo menos dois anos”, conta.
Além disso, a intenção é que o evento do próximo ano seja encerrado por uma banda de renome nacional. “Estamos estudando tudo isso e vamos trabalhar em cima para melhorarmos cada vez mais”, afirma.