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Segundo lugar em contaminação, Itajaí não tem programas preventivos de HIV/AIDS

Despir um santo para vestir outro. O ditado popular pode facilmente se tornar o slogan da Secretaria de Saúde de Itajaí. Desde o final de 2014 a pasta suspendeu por tempo indeterminado os principais programas preventivos de DST/AIDS do município. O motivo é a falta de funcionários, deslocados para trabalhar no combate ao mosquito Aedes Aegypti. Enquanto a dengue foi controlada, os índices de contaminação pelo HIV seguem numa crescente assustadora e os programas jamais foram restabelecidos. Itajaí é a segunda cidade do Brasil com maior número de registros de detecção do vírus. A suspensão total dos programas veio à tona após a aprovação de um requerimento da Vereadora Anna Carolina Martins (PSDB).

 

Iniciados há mais de uma década, os programas Bem-me-quer, Redução de Danos e Porto Saudável, atuavam na prevenção às DSTs e HIV com prostitutas, usuários de drogas e trabalhadores do setor portuário do município, respectivamente. Em novembro de 2014 a Secretaria de Saúde suspendeu as atividades e ordenou o deslocamento temporário dos agentes de saúde para combater a dengue. Na época, a informação repassada pela prefeitura era de que os programas seriam suspensos temporariamente, até que houvesse a contratação de novos servidores. Um ano e sete meses depois, os agentes seguem realocados e não há qualquer movimentação para reativação dos programas. “Acredito que o surto de dengue necessitou de medidas prioritárias, mas é injustificável o município não ter se planejado até agora e simplesmente abrir mão de programas preventivos tão importantes”, afirma a vereadora, que trouxe o tema ao plenário da Câmara.

 

A preocupação da parlamentar tem como fundamento os números alarmantes do Ministério da Saúde (MS). Em 2014 o boletim epidemiológico do MS apontou que Itajaí ocupava a 19ª posição no ranking nacional de detecção de HIV. Já em 2015, a cidade pulou para a segunda colocação, apresentando uma taxa de mortalidade de 24,1 por 100 mil habitantes. “Esta taxa é três vezes maior do que a taxa de mortalidade de Santa Catarina e quatro vezes maior do que a do Brasil”, explica Anna Carolina.

 

Com garotas de programa e usuários de drogas as atividades estão suspensas desde novembro de 2014, já com os caminhoneiros e os trabalhadores portuários, desde agosto do mesmo ano. De lá pra cá, as ações preventivas da Secretaria de Saúde de Itajaí têm se limitado a palestras em algumas empresas, orientação esporádica aos alunos da rede municipal de ensino, distribuição de panfletos e preservativos nas unidades da rede básica e em locais públicos durante datas específicas.

 

No final de maio a vereadora Anna Carolina solicitou oficialmente a retomada das atividades em caráter de urgência de todos os programas preventivos de DST/AIDS no município.

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