Primeira exposição livre de carbono do Centro Oeste traz obras com descrição em braille e audioguia para pessoas com deficiência visual.
Termina no próximo domingo, 3 de novembro, a exposição Mzyellow: Uma Sinfonia em Quatro Movimentos”, que está na CAIXA Cultural Brasília. A exposição celebra os 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e China e é a primeira exposição do Centro-Oeste livre de carbono. Além disso, as obras trazem descrição em braille e audioguia para pessoas com deficiência visual e cegas. Para escutar a audiodescrição, é necessário ter um fone de ouvido.
A mostra, com entrada gratuita e acesso para pessoas com deficiência, tem visitas guiadas nos sábados às 10h, e aos domingos às 11h e 15h. A exposição inova e é a primeira no campo das artes visuais no Centro-Oeste a exibir o selo verde de carbono free (carbono livre). Ou seja, foi feita a compensação de carbono dos gases emitidos pelos visitantes com o transporte para chegar à exposição – como carro, metrô, carro e bicicleta. O objetivo é reduzir o impacto ambiental das emissões de gases de efeito estufa causadas por atividades humanas.
O curador da mostra, Clay D´Paula, conta que no estúdio do artista em Suzhou, cidade que fica a uma hora de Xangai, Mzyellow trabalhou dois meses para criar a obra “Tempo e espaço durante o devaneio”, que integra a exposição. Para Mzyellow, “a parceria com o curador abriu novos horizontes no Brasil, pois é mais uma oportunidade de apresentar a cultura chinesa aos brasileiros”.
A instalação, de 11 metros de altura, mencionada acima, é apresentada na última sala da exposição e está justaposta com outras criações de diferentes estilos e períodos. “A instalação traz o estilo peculiar do artista que é refletir, desconstruir e transformar os ideogramas chineses, uma das mais altas expressões culturais e artísticas do povo chinês, em uma nova linguagem gestual e visual”, afirma Clay, que também é especializado em arte contemporânea chinesa.
Clay D’ Paula considera que a produção de Mzyellow, com suas linhas que dançam sobre o papel de arroz e sobre a seda, refletem o presente e o passado em uma interação constante. É, também, uma tradução da nova China moderna e pulsante, um país que nos últimos 30 anos saltou de uma sociedade empobrecida e isolada para a segunda maior economia do planeta, rumo à liderança mundial.
“A instalação de Mz também carrega uma poderosa estrutura óssea de grande vigor gestual, com traços que imprimem saberes coletivos e o próprio eu interior do artista”, complementa o curador.
Mzyellow, Dulce Schuck Schunck e Li Zhong Xin
A instalação “Tempo e espaço durante o devaneio”, criada especialmente para essa exposição por Mzyellow, é colocada lado a lado de outras pinturas de diferentes estilos, mas olhando para o conjunto, sintonias se revelam. Tanto a obra de Mz como a obra de Li Zhong Xin, intitulada “Cachoeira do Iguaçu”, 2024, usam tinta chinesa ou nanquim. Já a obra da artista de Brasília Dulce Schunck, reflete elementos muito utilizados por Mzyellow, como carvão e terra preta.
“Os três artistas propõem uma sobreposição poética entre Oriente e Ocidente, convidando a uma reflexão sobre as confluências – e os embates – culturais entre civilizações”, conclui o curador.
As visitas guiadas podem ser agendadas pelo telefone (61) 3206-6456. Além disso, já está disponível um catálogo com as obras publicado em português, chinês e inglês, com texto do curador.
*Serviço:*
[Artes Visuais] MZ YELLOW – Uma sinfonia em quatro movimentos
Local: CAIXA Cultural Brasília. SBS Quadra 4 Lotes 3 e 4, Asa Sul, Brasília/DF
Visitação: de 11 de setembro a 03 de novembro de 2024
Horário: 9h às 21h (terça a domingo)
Entrada Franca
Classificação indicativa: livre para todos os públicos
Acesso para pessoas com deficiência
Informações: (61) 3206-6456 | www.caixacultural.gov.br
Foto: Divulgação