Sem lutar desde que perdeu o cinturão peso-pesado para Fabricio Werdum, em junho de 2015, Cain Velásquez estava escalado para uma revanche contra o brasileiro, em fevereiro passado, mas sofreu uma lesão nas costas e precisou abandonar o combate.
Substituído por Stipe Miocic no card, o americano com ascendência mexicana acabou perdendo o posto de desafiante número um da divisão, mesmo depois que o embate entre Miocic e Werdum não aconteceu no UFC 196, porque o gaúcho sofreu um estiramento nas costas.
– Eu fiquei surpreso quando desisti da luta, e o Werdum desistiu logo depois, mas não fiquei surpreso por eles darem a chance ao Stipe e por agora ser ele quem vai disputar o cinturão. Tem sido difícil para mim, porque eu não estava produzindo, não estava lá fora lutando. Eu entendo… Não seria justo comigo e não seria justo com os fãs. Eu entendo eles terem mantido Werdum x Miocic – declarou, em entrevista ao Combate.com.
Velásquez se disse frustrado pelo fato de só ter conseguido fazer uma luta nos últimos 32 meses, mas garantiu que está se recuperando bem e que está modificando parte da sua rotina de treinos para diminuir as lesões. Durante o bate-papo, o ex-campeão dos pesados do Ultimate ainda analisou Travis Browne, contra quem tem luta marcada no UFC 200, em 9 de julho, e afirmou que aposta em Werdum na luta principal do UFC 198.
– Eu acho que o Werdum tem um pouco mais de ferramentas nessa luta. Ele tem um kickboxing muito bom, é um dos melhores jiu-jítsu do esporte, é um cara muito durável, é sempre difícil tirá-lo do jogo. Acho que ele tem mais armas e vai vencer esse combate.
Confira a entrevista na íntegra:
Como foi a recuperação da lesão nas costas? Você passou por uma cirurgia, já está 100%?
A lesão está melhor agora… É sempre difícil quando a gente se machuca. Lesões fazem parte do esporte, mas comigo certamente esse tipo de coisa aconteceu mais vezes do que com outras pessoas. É frustrante, mas estou feliz com a minha recuperação. Não foi uma cirurgia muito complexa, a recuperação foi fácil e estou feliz por causa disso. Teve um saldo positivo.
Você estava escalado para disputar novamente o cinturão, depois de ter perdido para o Werdum, e agora vai enfrentar o sétimo colocado no ranking da divisão. Como foi isso?
Estou feliz apenas por voltar a lutar. Aconteceu que me colocaram contra o Travis Browne para essa luta e, se eu estivesse saudável antes, talvez pudesse ter tido outro adversário, mas todos os pesos-pesados já estão com lutas casadas. Estou feliz por voltar a lutar e essa era a minha prioridade número um nesse momento: continuar lutando.
Quais desafios o Travis traz para você?
Travis Browne é um cara bastante alto, tem bons chutes, é bastante atlético lutando em pé, é forte, tem boas defesas de quedas. Se você tentar entrar nas pernas e esperar muito, tem que tomar cuidado com as suas cotoveladas. É um cara bastante perigoso.
Conseguir um lugar no card do UFC 200 também foi uma realização pessoal?
Eu assisti ao UFC 100 e aquele card foi enorme. Esse card vai ser ainda maior do que aquele, e é por isso que estou feliz por estar de volta e por poder fazer parte dessa história.
Ficou chateado porque o UFC manteve o Miocic como desafiante do Werdum?
Fiquei surpreso quando desisti da luta, e o Werdum desistiu logo depois, mas não fiquei surpreso por eles darem a chance ao Stipe e por agora ser ele quem vai disputar o cinturão. Tem sido difícil para mim, porque eu não estava produzindo, não estava lá fora lutando. Eu entendo… Não seria justo comigo e não seria justo com os fãs. Eu entendo eles terem mantido Werdum x Miocic.
Quem você acha que ganha essa luta?
Acho que o Werdum tem um pouco mais de ferramentas nessa luta. Ele tem um kickboxing muito bom, e o seu jiu-jítsu é um dos melhores do esporte, é um cara muito resistente, é sempre difícil tirá-lo do jogo. Acho que ele tem mais armas e vai vencer esse combate.
Você lesionou as costas e saiu do UFC 196. Daniel Cormier, que é seu companheiro de time, também sofreu uma lesão nos treinos e teve que sair do UFC 197. Quando se fala em lesões no MMA a sua academia, a AKA, é uma das recordistas em atletas lesionados. Como lidar com isso?
Não é só com a gente, outras pessoas também se machucam. Eu sinto que, sim, nós nos machucamos um pouco mais do que os outros, mas sinto que temos que ser inteligentes agora. Eu, Daniel Cormier, Luke Rockhold… Nós não precisamos daquele sparring tão forte que costumávamos ter, porque três vezes na semana nós praticamente lutávamos um contra o outro. Acho que nós precisamos ser mais inteligentes no treinamento. Conversei com eles, porque a parte mais importante para nós é chegar bem até a luta. Nós somos lutadores, vivemos disso, sustentamos a nossa família com isso, então precisamos chegar bem até a luta e é nisso que vamos focar.
UFC 200
9 de julho de 2016, em Las Vegas (EUA)
CARD DO EVENTO (até agora):
Peso-meio-pesado: Daniel Cormier x Jon Jones
Peso-pena: José Aldo x Frankie Edgar
Peso-galo: Miesha Tate x Amanda Nunes
Peso-pesado: Cain Velásquez x Travis Browne
Peso-galo: TJ Dillashaw x Raphael Assunção
Peso-meio-médio: Nate Diaz x adversário indefinido
Peso-meio-médio: Johny Hendricks x Kelvin Gastelum
Peso-galo: Cat Zingano x Julianna Peña
Peso-leve: Joe Lauzon x Diego Sanchez
Peso-leve: Takanori Gomi x Jim Miller
Peso-médio: Gegard Mousasi x Derek Brunson
Peso-leve: Sage Northcutt x Enrique Marin